chegou o dia. aquele dia, que parece mais um, de sol sobre o asfalto, a conduzir os passos para o trabalho, o olhar para o nada, os sonhos para o infinito. chegou o dia. pela janela nada induz que seja este o dia do futuro. falta apetite para tomar a estrada. o futuro, quando chegará? falta apetite para o peso dos verbos e a infindavel variedade de assuntos que precisamos opnar, debater, criticar e escrever. sim, escrever é um ato de tristeza e solidão. falar n~ao. (meus acentos se negam a contribuir com esta ret'orica falida). os dedos, com unhas pintadas de vermelho, navegam sobre as letras e acalmam o peito, indiferentes ao conjunto das palavras mas felizes por se verem trabalhar. os carros sobem a bahia e eu descê-la hei, em poucos minutos, na contra-mão da velocidade. (num barquinho imaginário). chegarei ao trabalho. e no trabalho a angústia que nos persegue: quantos meninos se matarão enquanto descansaremos no fim de semana? o mundo dos homens é o mundo das armas. em recife, no rio e aqui, bem perto de nós. na colômbia, em nova york, na somália ou no afeganistão. a morte define o silêncio e impede a pronúnica de uma nova poesia. a vida é mais simples em conceição do mato dentro. o sol torna mais branca a cortina da janela, mas não mais claras as idéias e menos frios os sentimentos. basta o sol para aquecer toda a reallity? o que você quer, emprestando tanta melodia ao mundo, infiel ao dicionário? o que você perde restrigindo a vida à soma do salário que recebe no quinto dia útil? o que você é resume-se ao que você faz? a realidade é bem maior do que a circularidade da terra, mas aqui mesmo no planeta água o homem empresta seu corpo ao fogo e tudo isso acontece independente de você, por que o que, ora bola, você poderia fazer, além de compor essas constrangedoras linhas? você espera que o futuro chegue, para te tirar do lugar. da fila do banco. da fila do desemprego. da fila da compra do ingresso para o show de chico. mercedes morreu. girassol morto, mas ainda de pé no centro do jardim. você olha o jardim, olha o girassol e teme que a morte se alastre às margaridas ao seu redor. a morte é contagiante. neste minuto um menino aprende a segurar uma arma. e o que você tem com isso? morar numa ilha talvez resolvesse todos os seus problemas, te afastasse dos seus pensamentos sobre o mundo. mas basta ler drummond para que o mundo caia sobre o seu colo.
4 comentários:
Oi, Menina, às vezes eu acho q vc escreve pra mim. Mas pq tanto ódio nesse coraçãozinho?
risos...
¡Pienso que el joven le desarmó, muchacha!
De hecho se parece odio encarcelado al corazón…
¡Usted que hace mejor de lo que esto! No para la escritura, el contenido.
Merecemos más…
¡Es ése dejar-en los malo-acostumbrados!
¡Desea saber, muchacha, yo está hoy con un odio arruinado del mundo!
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