sábado, 16 de julho de 2016


quem mandou você acontecer?

a minha escrita rasga o que vivo. desabotoa e grita.
dá sentido e mata o sentido.
é antes e depois.

uma hora vai cessar
mas você vê
tão bonito de lá
que me esqueço de parar
e prossigo

até te encontrar aqui
e me deixar aqui.

você aparece e escancara
o que já não tem mais jeito:
não tenho mesmo cura,
sou reflexo do que te leio,

cíclica, e em espiral.
abismo e labirinto.

você fala como quem tem visão e
o que vem antes de antes
de aparecer você?

queria ter algo seu pra ler.
na cama,
um caminhar sobre montanhas.
você me deixa grande
assim.