domingo, 21 de janeiro de 2007

Se o cuidado está ferido,
o amor também.

sábado, 20 de janeiro de 2007

o dia seguirá lento pedindo cinema e praça. a cidade de sábado parece mais vagabunda, de perna aberta, querendo amar. tentar avistar na calçada o mendigo que distribui folhas na esquina da Liberdade, visionário mudo que espanta o padrão branco que por ali passa. recebo sua folha, busco seu olhar, que nada quer dizer senão mesmo sobre a folha, a entrega da folha, o ato verde da doação. os carros passam, passam, me enervam, sonho uma cidade sem carros, talvez somente jegues, bicicletas e no máximo trens. caminhar, caminhar, caminhar, avistar o mundo na velocidade dos pés. pé de chinelo, de sapatilha, pés descalços na terra vermelha, voltar ao mato e respirar o vento molhado do rio. Velho Chico que não me sai da cabeça. transpô-lo? penso que deveriam todos ir por lá nadar, ver se assim adquirem o espírito da preservação. enlouqueço no pensamento, esqueço e sigo. oxalá encontre em cartaz algo como Amantes Constantes, Volver ou O céu de Suely. o cinema é um gozo estético que me alivia, me alivia...







sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

quando ele estiver longe talvez ela pense pense uma forma qualquer de sentir um toque um cheiro um som. numa rua olhará sua cor seu desenho sua rima na praça no cinema na esquina na padaria comprando suco de laranja para refrescar estes tempos de superaquecimentoglobal e depois, já em casa, que lá pode ousar mais na imaginação, deixar vir sua voz e sua mão até que a saudade se cale na sensação. na distância ainda a possibilidade.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007