domingo, 27 de maio de 2012

Marcha das Vadias - Belo Horizonte














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domingo, 20 de maio de 2012





a borra na xícara ainda suja
desenha um corte no rumo 
desejado e antevisto

queda enquanto procura
se elevar, precipício

temendo anunciação cega dos astros
a mulher mete o dedo na chávena
e apaga o destino de toda certeza

grão torrado na hora
excita mais o paladar


quarta-feira, 9 de maio de 2012



enquanto fora o caminho se abre lento como um velho jacarandá rasgando sem pressa a terra para deixar fundar raiz, dentro tudo se desprende. debate-se em mil fogos. impossível se alimentar de uma fruta trancada no armário. quem dessas alices a tomar cálices de tamanhos variados terá a verdadeira dimensão do eu? ou nos nutrimos de grãos de esperas nunca saciáveis? depois de um certo existir se toma consciência dos ciclos de queda como vício por valas. há quanto tempo rumores de intimidade nunca experimentados? ausente de si e fixa no ego, colada à própra pele como se dispersa do mundo, do ar. estava lá, mas ausente por dias. seu corpo o sabia. olhos abandonados no esforço de uma procura vã. e a noite se via suave da pequena janela amadeirada. era preciso tornar a visão mais corporal. processos subterrâneos desatolando espelhos rachados. afluxos. o que há de verdade em tanta pulsão? recuo, retaguarda, desordens. à procura de si, impossível apropriação. cair é tudo? não. eis que é chegada a hora do plantio. é possível ser mais do que esta engrenagem, ser mais dos que estes olhos, estas mãos, estes pés, esta boca afoita por palavras. romper a apatia dos medos e das cercas. respirar e ser outono quando outono, inverno no inverno e colheita pro sertão. o que faz sentido e o que se deixa desfazer quando mergulhadas as mãos no calor do amor? longe vai para tentar descobrir e se desfaz de cadernos para tentar entender. escrever nem sempre descomplica os exteriores, as necessidades, o estar infundido. no fundo mora um estado de ser prisioneiro. e onde habita a liberdade? as paisagens testemunham as nossas celas. sim, mas no entanto já não existe fevereiro. amputar os entorpecimentos, respirar o outro e retornar. ah, avistar campos de trigo mas não saber torná-lo pão.



terça-feira, 8 de maio de 2012

Vida é Sonho - Renato Torres





Videos do Show Vida é Sonho, de Renato Torres, que produzi em Belém.