sexta-feira, 14 de outubro de 2005




Bjork. Sua voz causa um efeito melancólico profundo, um grito fino e estridente no peito, o gosto quente de vinho seco queimando a garganta e aquecendo a epiderme, um impulso incontido pelo abismo, uma leveza nostálgica.


quinta-feira, 13 de outubro de 2005



a liberdade, mais que um sonho futuro, um sorriso diário. cada ato, cada gota de suor, cada palavra dita... não é possível construir um caminho para a liberdade. É preciso caminhar sendo agora mesmo livre. a liberdade não será nunca o estágio final. só há o caminho e é preciso caminhar livremente, rompendo com a velha moral, com o velho jeito de portar-se no mundo. é preciso revolucionar o cotidiano. segundo Gandhi, “é preciso ser a mudança que se quer ver no mundo”.


quarta-feira, 12 de outubro de 2005



A madrugada é literatura. Sente os livros acordarem e os autores cochicharem. Não pode perder as assembléias noturnas. Aos poucos o corpo sucumbe e as pálpebras piscam lentamente. Na madrugada o mundo não existe. Não fosse um carro ao longe, seria usurpada pelos livros. Gozo de um não ser eu. Torpor ao dobrar a página.
Mas pesa viver por mais de 20 horas.
É preciso morrer um pouco todo dia.


As árvores andam floridas
e as ruas, folhidas.




Nascer é um fato, existir, um ato.
Para existir é preciso nascer.
Mas nascer, simplesmente, não garante a existência.
É preciso ir além de nascer para existir.

Ao contrário do que possa parecer,
A existência não é um atributo que se expõe em prateleira.

A existência belisca a alma.