sábado, 30 de abril de 2011

MORRE SABATO



"la muerte de uno de esos ancianos es lo que para ustedes sería el incendio de una biblioteca de pensadores y poetas."Antes del fin

sábado, 23 de abril de 2011

ESTAR À MARGEM



fim de sábado. um sol se põe além da janela e estende-se em amarelo para dentro de casa. Ana me emprestou a cópia de um diário raro de ser achado, "Hospício é Deus", de Maura Lopes Cançado, uma filha da "tradicional família mineira" que SE (Vontade Própria?) interna em várias clínicas psiquiátricas e tem sua obra recolhida das prateleiras pela família, depois de lançada. ela foi uma das primeiras "safras" de pacientes a serem voluntariamente atendidas a partir da abordagem de Nise de Oliveira. Nise sempre me remete a Bispo do Rosário. e este me conciliou com os Leites - e sua (também minha?) mania de juntar quinquilharias (materiais e mentais...). somente depois de conhecer a obra de Arthur Bispo passei a sentir nostalgia do meu quintal de infância, com cômodos abarrotados de entulhos, onde dia e noite me sujava com a renca de amigos, eu feito moleque no meio deles, como numa masmorra perdida. hoje percebo o forte e raro senso de reaproveitamento presente em seu Jeovane, tio Gildásio e tio Grimaldo (amados e "esquisitos")...  mas esta nem chega a ser a mais estranha característica possível de ser detectada nessa família de mamíferos... 

estou com vários livros abertos, mas bastou espiar a primeira página e tibuf. Você tem razão, Ana.

idéias novas para novos contos. já não bastam os interrompidos... universo feminino. patologias. patologias? uma lucidez facilmente (facilmente?) detectável ou classificável por teorias psicanalíticas. as personagens não se cruzarão. e a voz será sempre em off, pois serão todas fortemente marcadas pela escrita e auto-análise. 


"Estou de novo aqui, e isto é __________ Por que não dizer? Dói. Será por isto que venho? _ Estou no Hospício, deus. E hospício é este branco sem fim, onde nos arrancam o coração a cada instante, trazem-no de volta, e o recebemos: trêmulo, exangue - e sempre outro. Hospício são as flores frias que se colam em nossas cabeças perdidas em escadarias de mármore antigo, subitamente futuro - como o que não se pode ainda compreender. São mãos longas levando-nos para não sei onde - paradas bruscas, corpos sacudidos se elevando incomensuráveis: Hospício é não se sabe o que,  porque Hospício é deus."



 



segunda-feira, 18 de abril de 2011

ZAP 18


depois de ler pasolini, volto em glauber, "cartas ao mundo" e a velha sensação de emergência me assalta. há quem discorde, mas percebo em ambos os cineastas uma perspectiva comum, de cinema político e de humanidade em função da utopia. agora, ou sempre, não apenas ou somente uma fome de ética e estética, mas de luta. sábado fui até o Zap 18, teatro de galpão e de periferia em BH e o ânimo me tomou. há gente boa por aí, ousando ocupar novos espaços, com novas linguagens e com um talento vigoroso. enquanto eu filmava a peça, enlouquecida com as múltiplas possibilidades, com a ousadia de uma encenação exploratória dos cantos, dos guetos, da experimentação direta com o público que é chamado a participar da narrativa... ali uma sensação de assertividade. vontade de tornar a câmera parte, sabendo a sua potência de levar o grito dali, além. a pergunta é, trabalhar no cinema em prol de quê? criar imagens? reproduzir signos? cinema é escolha. ali, sentia integrar, potencializar um encontro que pode e deve se expandir, porque o cinema deve cumprir papel de rio.




"Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. 
Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem." (Brecht)

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Coletivo Ser-Tão em Cannes



Filmes incluídos na Mostra não competitiva do Festival de Cannes 2011 (clique no título para acessar a página em cannes)



quinta-feira, 14 de abril de 2011



tudo o que deixa ser,
deixa ser.

quinta-feira, 7 de abril de 2011



tudo que deixa de ser,
é.


quarta-feira, 6 de abril de 2011



 garganta no silêncio