sexta-feira, 30 de outubro de 2009


"Traga-me um copo d'água, tenho sede"

sábado, 24 de outubro de 2009

sexta-feira, 23 de outubro de 2009


e das sombras se fez o nó(s)...


domingo, 18 de outubro de 2009







 

"_ Eu me pergunto porque estou aqui neste lugar onde você escolheu nascer.

_ Escolhi?

_ Eu vim aqui para me separar de você, mas há coisas melhores para fazer. Eu vim para fazer barulho e é o silêncio que vence."



(La Pointe Courte, Agnès Varda)
[este filme guarda a beleza dos raros!]



segunda-feira, 12 de outubro de 2009

sexta-feira, 9 de outubro de 2009


el camino

e se não fosse a literatura?
transparência, talvez?

escondida no verbo
ou ela mesma verbo?

(ela = eu + v ou v = eu + c)
v=verbo, c=carne




PRIMEIRA POESIA – XOTE DA PALAVRA

Um bom tempo se perdeu
até que retornasse aqui,
como se houvesse rompido cosigo
negando o que pode existir de bom em si.

Um bom tempo
um bom tempo se perdeu

agora uma salsa preenche de musica o que escreve
mariposa de lindos colores
e uma tela de luz branca – olho de frente aos seus olhos
se estende como um tapete persa às suas mãos.

Enquanto seus pés dançam salsa
suas mãos desfilam com o vermelho estendido aos dedos
sangrando de negro a folha branca.

Enquanto seus pés dançam e desfilam
pés que não são pés
são mãos
são mãos,
como são dedos,
como são palavras
caminando por las calles



poesia 2. DO ENTENDIMENTO
Entendo
que a poesia,
poesia poesia poesia



POESIA 3. DO DESENTENDIMENTO
- ele te deixou.









o mundo passou rodopiando, quase estrebuchou. é preciso que não o habitemos para que ele sobreviva? o mundo ou nós, nós em parte dele, o fim de nós ou fim do mundo. e daniela do edifício máster? me pergunto o mundo, o mundo, o que faz d’ela, em seu quarto em copacabana? copacabana, bacana, mas nós do edifício máster... copacabana dos corredores escuros.

 

 

 

quinta-feira, 8 de outubro de 2009




“Donne dizia que ninguém dorme na carreta que o conduz do cárcere ao patíbulo, e que, no entanto, todos dormimos desde a matriz até a sepultura, ou não estamos inteiramente despertos. Uma das missões da grande literatura: depertar o homem que viaja rumo ao patíbulo.” (Ernesto Sábato)


“Seja qual for a coisa que se quer dizer, não há senão uma palavra para expressa-la, um verbo para anima-la e um adjetivo para qualifica-la. É preciso, então, buscar até descobri-los, essa palavra, esse verbo e esse adjetivo, e jamais se contentar com o aproximativo, nem jamais recorrer a fraudes, mesmo felizes, a palhaçadas de linguagem para evitar a dificuldade.”
(Maupassant)



segunda-feira, 5 de outubro de 2009


morre mercedes. e um pedaço de mim chora. e outra parte canta. desde quando sua voz pela primeira vez me arrebatou, ela vive em mim. me acompanha desde a adolescência, expressando em melodia minhas angústias de militante em movimentos políticos e sociais. ouvi-la, desde sempre, já era vivenciar a utopia, como se sua voz não cantasse um lugar no futuro - ouvir sua voz já é vivenciar o horizonte. quando estive com os pés em Machu Picchu, la cigarra tocou em meus ouvidos com o olhar perdido no vale de montanhas, e ouvi-la dentro de mim, ali, fez-me reviver o massacre dos incas, mas além, um canto oníssono de toda latinidade, de forma atemporal. tornei-me um pouco niilista com a militância, mas um pouquinho mais sensível à música - minha paixão pela luta que ela convoca, cantando a poesia de poetas e poetisas espalhados pelas terras deste lado de cá das américas, segue sempre como um batismo novo. nunca me canso de ouvi-la, mercedes. você é parte de mim. abaixo, cancion con todos, letra de Tejada Gomes, que me faz chorar muitas vezes, ao vê-la cantar. salve, salve, salve, querida mercedes, amada mercedes, companheira mercedes... um soluço no mundo, em saudação à sua partida. não acredito em paraíso, mas no fato de ter você contribuído de forma viceral para fazer-nos um pouco melhores, mais próximos ao projeto de humanidade. então é aqui, entre nós, que viverá para sempre, entre os imortais.



Salgo a caminar
por la cintura cósmica del sur,
piso en la región,
mas vegetal del viento y de la luz;
siento al caminar
toda la piel de América en mi piel
y anda en mi sangre un río
que libera en mi voz su caudal.

Sol de Alto Perú,
rostro, Bolivia, estaño y soledad,
un verde Brasil,
besa mi Chile, cobre y mineral;
subo desde el sur
hacia la entraña América y total,
pura raíz de un grito
destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas,
todas las manos todas,
toda la sangre puede
ser canción en el viento;
canta conmigo canta,
hermano americano,
libera tu esperanza
con un grito en la voz.
(Letra: A. Tejada Gomez - Música: Cesar Isella)



domingo, 4 de outubro de 2009



texto de Santiago, personagem do documentário de João Moreira Sales, excepcional! quanta sensibilidade. em joão. e em santiago!
(Santiago. uma reflexão sobre o material bruto) [assistam, assistam, assistam]


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sábado, 3 de outubro de 2009



ver se vê nos poros
não nos olhos
que os poros são mais postos
a sentidos

um corpo vazio
ocupa um lugar

o lugar do ar
o lugar da água
o lugar do horizonte

a dor é um lugar

sombrio
vazio
e cheio de ar

dá para respirar

o ar vazio de um corpo
está cheio de horizonte

aquilo que no ar ocupa um lugar,
aquilo,
a dor,
está cheio de vazio

o vazio ocupa o lugar do ar. 

o rio leva
o galho, o rio leva
a folha, o rio leva
o bicho, o rio leva
tudo que é leve, leva, leva
a nuvem, o rio leva?
a água - da chuva, da fonte, do balde, do cuspe, da lágrima, do gozo
o rio leva ou já é rio a água que não era e lá caiu?
chia brando um chhhiado de chuva
chama o sono, chama o canto
chama chanchã, chama, chama
o rio que chama e que leva, quando passa, passa?
o rio que passa, se é que passa
embora sempre sempre
leve a nuvem, leve o galho, leve a folha, leve o cuspe, leve o leve,
o rio doce até à foz,
quando fica salgado, deixa de ser rio?
E em qual gota terá deixado de ser doce, o rio?
o rio que se foi deixando,
se deitando
se deitando
se deixando a(o) mar