sábado, 21 de novembro de 2009






terá sido você? ou terei sido eu?
e quem dentre nós sobreviverá à amendoeira?
sinto saudade de viver no mar
eu, que não o vi nascer neste amanhecer.
tudo, além disso, tudo o que não coube e
talvez nunca caberá
me esvazia
sou assim mesmo, tumultuada,
às vezes verena,
às vezes inverno,
tal qual esta música de caetano,
que aperta o peito, arde, fere
apressa o dia de amanhã
e lembra qualquer coisa
que poderia ter sido
não foi e nunca será
e mesmo o que não será,
por ter sido foi é e
nunca mais nunca mais jamais.
tudo isso me enche de melancolia
oh, quão lindo, amor, a madrugada!
o mundo ora me encerra,
ora me esconde, ora me clarice,
ora me canoas, ora me alagoas,
sempre me virginia, sempre me emanuela.
não consigo compor um samba, nem uma bossa,
tenho mais o que fazer.
desculpe a correria,
mas antes de amanhã ainda é 22. 32.
eu só queria amor, amor e mais nada
(não, não... são os versos de caetano)
o piano está quieto, no canto esquerdo
não sei bem o que querer, salve jorge!
meu coração trincou,
não, eu não creio n’alma,
só na melancolia.
não reze por mim*
cante uma cantiga, toque uma melodia,
*mainha rezou uma missa
pra ver se me salva`lma
me deixe passar pelos dias, pelo mundo,
pelo cansaço das horas
- eu não sei amar direito, só amo torto,
só amo torto.
enquanto você aí,
de longe, me observa.
não quero linha reta,
- teias, uma mulher é sempre uma mulher,
assim como existe o escuro.
comecei o dia lendo pessoa,
ele nunca me consola, mais me desterra e
um dia acordo com os pés no teto,
mas você, não sei o que dizer
não sei, terra do nunca.

há um crescendo ao redor da rosa. fique.
o escritório está deserto.
drummond não mais trabalha nele.
só eu na burocracia,
até que a eternidade me hospede,
ou antes disso, uma película me alcance
(talvez eu venda sanduíche)
não tenha pena de mim, me dê asas
porque não cabe mais felicidade no mundo.
saudade de comer farinha
tudo o que der pra trazer, põe na mala
– carne seca também é bom
e uma idéia na cabeça.
drume negrita, drume
até mais tarde
[feliz completaños, f.]
não há trânsito na cama, desencana,
não tem funk na bahia.
sou preguiçosa,
debaixo do meu cobertor de lã,
mas hoje tá calor,
vou despir o verbo e adormecer.
antes, escovar os dentes!

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