o dia se divide em dois
e os corpos
colados em espiral
deixam o tempo diluir o ralo da memória.
qual memória?
_ qual razão imprime a fórmula do desejo?
uma melodia, por favor - traga-a dos escombros.
uma melodia para despir o silênciocioso.
enquanto o amor dorme vestido de moleton,
enquanto as mãos do amor pulsam nos pés,
desvio, desvio.
deixe o mundo na fila, lá fora, gritar o tédio.
deixe o tédio na fila gritar o mundo
deixe lá fora o mundo o tédio
gritar gritar
enquanto o amor dorme esparramado no afeto.
cadê a chave que tranque o amor do mundo?
jogue-a pela janela.
basta aqui, neste habitar, o olhar
sombra
o olhar folha
o olhar árvore.
basta, para que o infinito caiba nesta cama
e seja a distância nula dos corpos
colados em espiral.
basta, para que não haja mais filosofia
só rendas.
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