Entre sonhos inteligíveis
da última madrugada,
sentado numa calçada,
um menino de rua
me aparece austero.
da última madrugada,
sentado numa calçada,
um menino de rua
me aparece austero.
Alguém que não vejo passa ao largo
e fogo sem haver porque atiça
nos membros miúdos
da criança estirados.
Impávido permanece
o pequeno inerte.
Acolhe as chamas,
o dedo médio me lança
com olhar impassível
de foda-se a tudo,
e cruzando as pernas
se recolhe profundo
à posição de lótus
no mundo.
Pequeno ser preto
de rua, singelo tibetano
com vestes em farrapos
e olhar de desapego.
Ele os olhos fecha
e sereno deixa
em seu corpo
se alastrar o fogo
frente à minha estática
contemplação.
O que quis dizer?
a mim,
este menino
monge.