terça-feira, 24 de setembro de 2013

SHANTI


Entre sonhos inteligíveis
da última madrugada,
sentado numa calçada,
um menino de rua
me aparece austero.

Alguém que não vejo passa ao largo
e fogo sem haver porque atiça
nos membros miúdos 
da criança estirados.

Impávido permanece
o pequeno inerte.

Acolhe as chamas,
o dedo médio me lança
com olhar impassível
de foda-se a tudo,

e cruzando as pernas
se recolhe profundo 
à posição de lótus 
no mundo.

Pequeno ser preto 
de rua, singelo tibetano
com vestes em farrapos
e olhar de desapego.

Ele os olhos fecha
e sereno deixa 
em seu corpo 
se alastrar o fogo

frente à minha estática
contemplação.

O que quis dizer?

a mim,
este menino 
monge.

2 comentários:

Renato Torres disse...

Fa,

o sonho, ora, quer dizer o que diz. "paz não é um tributo passivo: é a concentrada atividade da força positiva". se o menino é você, é sua criação, então pergunte-se a si mesma... o que queres te dizer?

beijos, saudades de te ler!

r

Anônimo disse...

pRA 40, fALTAM 4...
sEU nOME sEM 5 (lETRAS), fICA fÁ!
(e gANHA fORÇA!)
pLAGEANDO o tADEU (sCHMIDT): qUÊ iSSO qUER dIZER?
nADA...
nADA mAIS qUE uMA lEMBRANÇA:
pARABÉNS pELO aNIVERSÁRIO!