quarta-feira, 15 de agosto de 2012

PERCURSO DE SERPENTE




Andei por vertente de terra
com o peito nu a furar
jorro bravo de rio
contra a nascente.

Estava tu lá,
jagunço destemeroso,
tal a força das águas
desde longe a cumprir sua sina
de travessia na seca,
desdobrando o longo corpo
em afluentes.

Encurvei meus braços em seu tronco  
e nele cravei meus dentes
amolados como um facão enferrujado.

Rasquei sua veia,
bebi sua seiva
amarga
e deixei de lutar,

agora entregue ao sabor
do vento,
ao caminho do mar,
ao movimento livre
de Opará.



2 comentários:

Anônimo disse...

Oi, Menina!

Em Tanhaçu, antes de pegar o vôo em Conquista, olho o surrado calendário que conta meus dias...
Percebo que é dia 20 e sei que algo me inquieta.
São tantas coisas! O tempo passa, voa. O tempo é meu carrasco, em todos os sentidos!
Antes de voltar ao Pará, às margens do Xingu, onde os progressos da civilização se dissipam, pensei em lhe mandar um abraço carinhoso pela data que se aproxima!
Antes de sair do ar, receba meus parabéns antecipados. Desejo-lhe paz, saúde, sucesso!

D.

Fabiana Leite disse...

agradeço a gentil lembrança e de cá fica a curiosidade de saber o complemento de D. Quem há de ser, que se lembra de minha passagem, que passa por Conquista ao caminho do Pará?!!!