De corpo aberto feito brisa de amanhecer
se estendeu no outro até sol de horizonte
queimar e dourar a pele
em imersão de vertigem,
miragem
de tudo quanto se presumia raso
intempérie reincidente
intempérie reincidente
caminhada de retirantes
se misturou num segundo
o mar e o escuro, o dentro e o fora,
a luz e a lógica
o porto a árvore a fábula a lagoa a senha
e desfez toda espera
porque quando o desejo por semente
brotou do útero e jorrou nascente
não era do ventre que surgia o invento
era do desmantelo do momento
Um comentário:
Fabiana,
acordar é como dar por si: a doação da cor peculiar, a de não mais dormir, para então enfrentar a luz de não mais lembrar, ofuscante. é este o momento de inventar-se, e dar-se por inteiro ao que queira ser tal sonho. até que se volte a adormecer...
um beijo,
r
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