No
principio era o Indivisível
inseparável do eu até o ato da criação,
que
da desaparição do Todo
impeliu
o Um a nascer.
O
fragmento sopro de barro,
penugem
de verbo deve esforçar-se,
posto
agora como parte num mundo
amplo
e adverso, ao despojamento.
Caído
do pleno em razão
busca
entendimento com resquícios
de
paisagens distantes,
lembranças
de antes.
Na
terra esforça-se como semente desprendida
por
afirmar o que foi depois de deixar de ser –
estado
de movimento contínuo e invisível
que
assim se pretende e em humanidade alardeia.
Bicho
que foi inda antes de si, com
espírito
de caverna rejeita o dado e
absorve
o mais extremo
como
o mais provável:
foge
à objetividade rumo à afirmação
de
um choque – forma pretérita
conservada
lenda viva, manifesta
em
rituais de fogo e renascimento.
A
ponte é indecifrável
e
por vezes basta a primeira infância
para
fazer dormir o que
mais
tarde ressurge em fendas.
Haverá
isso no mundo?
Onde
beira o firmamento?
O
que é e pode não ser verdadeiro?
Feliz,
pensa quem ousa depois,
é o
ser do desprendimento
que
deixa vazar uma rachadura
do
real com o mundo.
Tudo
o que não existe
existe.
basta
ter olhos pra ver