sábado, 25 de fevereiro de 2012

ramificar-se


Sempre escreve para um outro forjado
poeta maldito de um corredor de gueto escuro
parido, um sombrio reflexo inspirado
em filmes noir nunca esquecidos.

Psiu, ela ouve Billy Holiday.

E quantas vezes ele há de ter imaginado
ser a razão dos versos dela e se esquivado
pois maldito que é maldito
quer ser fodido e não amado.

Psiu!, ela ouve Billy Holiday.

Agora a língua, o sangue, cada átomo
dessa mulher doente no chão a meditar estendida
- nesses dias lentos que parecem nem respirar,
clamam voz, querem dizer, pedir guarida.

De onde ela vem a fome faz brotar visões
devoradoras fingidas por ele entendidas.

Billy Holiday não se cala, suicida.

É madrugada. Aos poucos uma calma nova adentra
aquece e suscita crescente esquivanças da dor.
Expande o peito e aperta o tempo –
o carnaval há de chegar,

um novo amor.

E a mesma ânsia de corpos
nus estendidos.

Serás aquele que vai com a noite
e debaixo do céu invoca à Terra

volúpia
volúpia

right or wrong
can't get alon

2 comentários:

papalo disse...

VEI que parada loca é essa show?
Saudade. ai que saudade. ai ai ai. bjim.

Fabiana Leite disse...

se você gosta, papalo, eu me sinto feliz...