domingo, 29 de janeiro de 2012

purgatório



Na madrugada o etéreo de um outro 
desconhecido toma a forma de abrigo
enquanto tenta expulsar do corpo onírico 
retalho de dor pretérito inda sentido 

A tarde deixa esvair chuvosa estúpida espera 
e embora preferisse se desvencilhar 
desse vicio opressor por um ser distante 
quase como um princípio insosso de não, ressente 

Pois pode a mulher pagã, desnuda 
de joelhos um sacrifício rogar a Hera
para ver livre a carne de infortúnio jugo? 

Clama do tempo além da paciência, cura  
de dentro da redoma auto infligida
onde em pés descalços adentra chamas.

mas eis que o passaro


2 comentários:

Renato Torres disse...

Fabi,

eis que o pássaro dá o primeiro passo; e seu passo será, talvez, o voo imprevisto, a verve desconhecida, que será, a um só tempo, a ferida que sara, e o golpe que a reabre... basta vencer o corpo - o primeiro jugo - com certezas sem ópio...

aguarda a leveza,

beijo,

r

Fabiana Leite disse...

Aguardar a leveza...
Vou guardar isso!
Bom te ter aqui, Renato
Beijos,
F.