domingo, 28 de agosto de 2011

repouso num deja vu


mínimos gestos. prepondera o oco e o medo expresso de que o corpo, entrega latente, reste inundado. a distância das camas, as pedras vermelhas arrancadas da veia do segundo sexo, as meias despidas dos pés gelados, a gota caída das horas da madrugada sobre os paralelepípedos, os nãos. dorme e acorda. o quarto continua ali, guardando o sono profundo do outro - não é pesadelo. quer fumar, quer se embriagar, mas a sobriedade é exigida - para fazer ver o descabido ato? quem é capaz de se lançar sabendo ao inferno acorda em chamas e ainda clama fogo. sabe? embate incógnito. náusea de corpo anestesiado de repente desperto. manhã de música de mágoa de máscara de manhas enquanto atravessa vales. o caldo servido na boca enquanto dita as regras da noite, as trevas da espera, o dia clarear sozinho. o desejo foi desviado e morreu em outra antes de nela ser saciado. ele é assim. quer entrar para tomar um café? e diz com voz mansa, de quem prepara a ceia enquanto degusta um vinho. vaga feito frases feitas. fora do eixo. mar de anas. sabe-se lá, momentos vultos, até os criados para fazer repousar. deita sobre o peito do outro mas não ouve o coração bater. o que representa o nada ali? se lembra de um deserto. mas o que busca, há de abismo nele. um poente jogado no mundo e sóbrio. cru feito a fome. e come. e verbo e tantos. a rua, o gueto, uma viagem, um furo incerto. flor de estufa, a sós e em bando. luta feito um poeta russo.

e ela de tudo coa
uma garapa de texto
um caldo de experimento para uma prosa depois do ato
abóbora com cebolinha
desafio para o fundo de uma artesã
tolas justificações para o instintivo sem plexo.

borda 
trans borda 
afunda bóia

                        tudo há de passar indo




mas enquanto ainda durante,
anda roendo o que concebia 
por final e estanque:
instante




tudo ar 
de passarinho


(e quando ela cessar de escrever?)

Nenhum comentário: