segunda-feira, 18 de abril de 2011

ZAP 18


depois de ler pasolini, volto em glauber, "cartas ao mundo" e a velha sensação de emergência me assalta. há quem discorde, mas percebo em ambos os cineastas uma perspectiva comum, de cinema político e de humanidade em função da utopia. agora, ou sempre, não apenas ou somente uma fome de ética e estética, mas de luta. sábado fui até o Zap 18, teatro de galpão e de periferia em BH e o ânimo me tomou. há gente boa por aí, ousando ocupar novos espaços, com novas linguagens e com um talento vigoroso. enquanto eu filmava a peça, enlouquecida com as múltiplas possibilidades, com a ousadia de uma encenação exploratória dos cantos, dos guetos, da experimentação direta com o público que é chamado a participar da narrativa... ali uma sensação de assertividade. vontade de tornar a câmera parte, sabendo a sua potência de levar o grito dali, além. a pergunta é, trabalhar no cinema em prol de quê? criar imagens? reproduzir signos? cinema é escolha. ali, sentia integrar, potencializar um encontro que pode e deve se expandir, porque o cinema deve cumprir papel de rio.




"Do rio que tudo arrasta, diz-se que é violento. 
Mas ninguém chama violentas às margens que o comprimem." (Brecht)

Nenhum comentário: