terça-feira, 8 de março de 2011

narrativa de um sentimento no pretérito mais que perfeito. multiplicado, porque mesmo o rio não pisa duas vezes no mesmo sentimento...

era necessário sair do labirinto em que se enfiara e participar de algo além daquele olhar, que ele só aprofundava o caos. sabia o risco de faltar palavra, contudo faltava e sentindo-se alheia do mundo flutuava pelos dias beirando cair pelas pontas. andava pela corda bamba, perdida ante a possibilidade de se estender no outro. temia a sua desintegração, sorria tímida e virava o olhar, era melhor sobreviver no eu. temia, mas o olhar sempre escapulia, ia ter lá, onde mesmo se desconcentrava. e havia também o sorriso, sutil, quase talvez menos que um sorriso, um semi-sorriso, um estado ainda não definido de leve comunhão. um estado talvez onde a palavra delicadeza caiba. e era a soma então do silêncio, com o olhar, com o semi-sorriso de delicadeza e também o céu que ele define a profundidade, era a noite todas as noites e ele dentro do breu. e ela sem saber direito se ia, mas bastou seu gesto, simples gesto de sim para que ela fosse, gélida de medo, sem querer mudar de rumo, mas indo. houve um ligeiro toque de mãos, abertura das retinas, diálogo despretensioso com vozes mornas e o calor de nada ter acontecido. só a vontade. e o temor ante o desconhecido, a possibilidade de mudar o destino.

era necessário sair do labirinto em que se enfiara e participar de algo além daquele olhar, que ele só aprofundava o caos. sabia o risco de faltar palavra, contudo faltava e sentindo-se alheia do mundo flutuava pelos dias beirando cair pelas pontas. andava pela corda bamba, perdida ante a possibilidade de se estender no outro. temia a sua desintegração, sorria tímida e virava o olhar, era melhor sobreviver no eu. temia, mas o olhar sempre escapulia, ia ter lá, onde mesmo se desconcentrava. e havia também o sorriso, sutil, quase talvez menos que um sorriso, um semi-sorriso, um estado ainda não definido de leve comunhão. um estado talvez onde a palavra delicadeza caiba. e era a soma então do silêncio, com o olhar, com o semi-sorriso de delicadeza e também o céu, que ele define a profundidade. era a noite, todas as noites e ele dentro do breu. e ela sem saber direito se ia, mas bastou seu gesto, simples gesto de sim para que ela fosse, gélida de medo, sem querer mudar de rumo, mas indo. houve um ligeiro toque de mãos, abertura das retinas, diálogo despretensioso com vozes mornas e o calor de nada ter acontecido. só a vontade. e o temor ante o desconhecido. a possibilidade de mudar o destino - se é que destino existe... (e é aqui que o sentimento se contorce e pula do rio, cançado da ilusão das águas paradas - mas quem pensou que tudo era igual, não leu cru)


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