quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
sinal dos tempos
dias de inferno. o calor parece com as sensações internas - queima, fere, maltrata ou torna os sentimentos mais passionais, quase fatais. nesses dias pode cometer loucuras como escrever nas paredes internas do quarto, inteiras do corredor, acabar com a caixa dágua (crime ecológico bárbaro - urbanidade seca sedenta de rio), quebrar o asfalto a machadadas pra deixar a terra absorver um pouco do sol ou assaltar um picoleiro pra mastigar gelo até a noite resolver fazer sumir o fogo. "me vê dez de coco queimado". ô vontade de oceano agora no corpo, com o olhar fixado num asteróide gordo... mas o mar em janeiro assusta de multidão. ficará em casa bem perto das macieiras, agregar amigos e oxalá criar uma sombra, colher uma brisa, molhar o terreiro, brotar uns sonhos. melancia, hum... de tanto andar, de tanto amar, a pele sua, a nuca se molha. os corpos nus que, raros, transpiram, agora se afogam no chuveiro. verão é tempo de amor de ducha. tira as panelas das grades, esvazia a geladeira e senta dentro. puxa e fecha a porta, encolhendo o joelho. posição de triste. só é possível pensar direito com a carne fresca.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
"...ficará em casa bem perto das macieiras..." lindo texto f.!
amor tranquilo
Postar um comentário