a borra na xícara ainda suja
desenha um corte no rumo
desejado e antevisto
queda enquanto procura
se elevar, precipício
temendo
anunciação cega dos astros
a mulher mete o dedo na chávena
e
apaga o destino de toda certeza
grão
torrado na hora
excita
mais o paladar
2 comentários:
Fabi,
teus recortes são como motes que recolhes distraída - ou muito atenta - daquela saída que inventas quando nada mais te diz. és tu quem eriges a fala dos objetos, e eis que os escretos tornam-se, na borra do pensamento, aquilo que o intento não adivinhado tomará como recado de uma outra inteligência. eu sou fã.
beijos, e saudades,
r
seus comentários às vezes me soam mais poéticos do que meu próprio texto, caro amigo! as suas aparições pelo caminho somam passos. tem uma sombra ali na frente. trouxe o violão?
Postar um comentário