domingo, 20 de maio de 2012





a borra na xícara ainda suja
desenha um corte no rumo 
desejado e antevisto

queda enquanto procura
se elevar, precipício

temendo anunciação cega dos astros
a mulher mete o dedo na chávena
e apaga o destino de toda certeza

grão torrado na hora
excita mais o paladar


2 comentários:

Renato Torres disse...

Fabi,

teus recortes são como motes que recolhes distraída - ou muito atenta - daquela saída que inventas quando nada mais te diz. és tu quem eriges a fala dos objetos, e eis que os escretos tornam-se, na borra do pensamento, aquilo que o intento não adivinhado tomará como recado de uma outra inteligência. eu sou fã.

beijos, e saudades,

r

Fabiana Leite disse...

seus comentários às vezes me soam mais poéticos do que meu próprio texto, caro amigo! as suas aparições pelo caminho somam passos. tem uma sombra ali na frente. trouxe o violão?