As luzes
que iluminam a sala são idênticas
não
são idênticas
A primeira,
ao lado esquerdo,
elétrica e vestida de abajur vermelho,
clareia as mãos que a teia tecem.
A outra,
aos pés do sofá, de fogo,
equilibra-se na borda da garrafa verde
enquanto lambe dentro,
merlot, o vinho.
A luz aveludada –
pois dela me sirvo e
não do cálice
tornado desejado porque descrito;
à direita,
feita de cordão queimado,
não serve para fazer ver,
mas para aquecer os membros
já iluminados.
branca e fria,
da tela que reflete
o que possa perseguir os dedos.
Atrás, na parede,
alheia a temperatura e pressão,
sem calor nem cor,
projeta-se uma onda silenciosa de movimento
do inverso que as habita.
é única.
2 comentários:
seus olhos me trazem um novo mundo.
"os membros iluminados" são os meus que encontrou em ti a vida de uma nova vida. Se vivo é porque vivestes primeiro, por seres única é o que me faz também não me sentir nesta vida um terceiro. Obrigado por seres luz... por viveres por inteiro.
Um grande xero.
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