sábado, 5 de dezembro de 2009
o dia espia a mulher, ela não quer ser vista, mas ainda existe. o amor aparece em sonhos e não tem identidade, está em toda parte, assume qualquer corpo, é apenas a projeção de um sentimento bom e calmo de saudade e procura. onde você está, que não se encontra? percorre toda a ilha, em sonhos e ele a olha com olhos de querer. não pensou que pudesse ser você em cenário idílico, mas era e tinha desejo na boca e tinha silêncio no dizer e se escondia nos becos da vila. o amor é como um bonde: passa cheio de corpos brancos e pretos. e não cabe em um só membro, se estende ao teu, te abriga, te acolhe, te saúda, te quer nu, mas a fronte está coberta de névoa – não é possível ter sido aquele encontro de visões verdade apenas para um... o homem surge num ônibus, a caminho de casa e olha para a mulher no meio do caminho e na aterrissagem. e depois adentra a sua casa – terá sido convidado? e agora a visita freqüentemente e silencioso. não conversa nunca. os óculos a impedem de ver, ou a fazem ver além, lá onde disseram-lhe, deve estar, lá onde um certo alguém a mantém, enquanto degusta seu chá, distante, numa terra fria. todos os amores se escondem no silêncio, mas às vezes deixam escapar uma lágrima, às vezes visitam a insensatez, às vezes se sentam sobre a fogueira e soletram uivos de bicho. todo amor tenta ser sério, ser forte, ser simples, mas esconde a verdadeira face e disfarça o brilho da artéria mãe. o peito está fraco. ela queria poder negar certa voz interior, mas esta manhã cinza, esses micro-grãos de águas liquidificam a janela, o dia, tornam suas pernas bambas e espelham a alma feito terra molhada, feito lama. que diabo! a mulher pode se derreter. but if you never try, you never know!.
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Um comentário:
Eu nunca venho aqui. Mas hoje vim. Li este post e só este post. Achei bonito. É bem você. Desejo, amor, jorro.
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