morre mercedes. e um pedaço de mim chora. e outra parte canta. desde quando sua voz pela primeira vez me arrebatou, ela vive em mim. me acompanha desde a adolescência, expressando em melodia minhas angústias de militante em movimentos políticos e sociais. ouvi-la, desde sempre, já era vivenciar a utopia, como se sua voz não cantasse um lugar no futuro - ouvir sua voz já é vivenciar o horizonte. quando estive com os pés em Machu Picchu, la cigarra tocou em meus ouvidos com o olhar perdido no vale de montanhas, e ouvi-la dentro de mim, ali, fez-me reviver o massacre dos incas, mas além, um canto oníssono de toda latinidade, de forma atemporal. tornei-me um pouco niilista com a militância, mas um pouquinho mais sensível à música - minha paixão pela luta que ela convoca, cantando a poesia de poetas e poetisas espalhados pelas terras deste lado de cá das américas, segue sempre como um batismo novo. nunca me canso de ouvi-la, mercedes. você é parte de mim. abaixo, cancion con todos, letra de Tejada Gomes, que me faz chorar muitas vezes, ao vê-la cantar. salve, salve, salve, querida mercedes, amada mercedes, companheira mercedes... um soluço no mundo, em saudação à sua partida. não acredito em paraíso, mas no fato de ter você contribuído de forma viceral para fazer-nos um pouco melhores, mais próximos ao projeto de humanidade. então é aqui, entre nós, que viverá para sempre, entre os imortais.
Salgo a caminar
por la cintura cósmica del sur,
piso en la región,
mas vegetal del viento y de la luz;
siento al caminar
toda la piel de América en mi piel
y anda en mi sangre un río
que libera en mi voz su caudal.
Sol de Alto Perú,
rostro, Bolivia, estaño y soledad,
un verde Brasil,
besa mi Chile, cobre y mineral;
subo desde el sur
hacia la entraña América y total,
pura raíz de un grito
destinado a crecer y a estallar.
Todas las voces todas,
todas las manos todas,
toda la sangre puede
ser canción en el viento;
canta conmigo canta,
hermano americano,
libera tu esperanza
con un grito en la voz.
por la cintura cósmica del sur,
piso en la región,
mas vegetal del viento y de la luz;
siento al caminar
toda la piel de América en mi piel
y anda en mi sangre un río
que libera en mi voz su caudal.
Sol de Alto Perú,
rostro, Bolivia, estaño y soledad,
un verde Brasil,
besa mi Chile, cobre y mineral;
subo desde el sur
hacia la entraña América y total,
pura raíz de un grito
destinado a crecer y a estallar.
Todas las voces todas,
todas las manos todas,
toda la sangre puede
ser canción en el viento;
canta conmigo canta,
hermano americano,
libera tu esperanza
con un grito en la voz.
(Letra: A. Tejada Gomez - Música: Cesar Isella)
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